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Mostrando postagens de outubro 13, 2008

Itinerários da poesia de Zila Mamede

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Ayao Okamoto.  Arado 1997 Arado Arado cultivadeira rompe veios, morde chão Ai uns olhos afiados rasgando meu coração. Arado dentes enxadas lavancando capoeiras Mil prometimentos,juras faladas, reverdadeiras? Arado ara picoteira sega relha amanhamento me desata desse amor ternura torturamento. (Zila Mamede,  O Arado ) Zila Mamede e Câmara Cascudo. Foto da década de 1960. Zila Mamede sentiu a voz irresistível da Terra, chão de trabalho anônimo onde vivem os marujos sem mar dos campos semeados, e encheu-se de versos votivos em louvor do esforço antepassado. [...] A moça da cidade, do rio e do mar, foi seduzida pelo silencio das searas, a labuta do amanhecer, os bois adormecidos, o cavalo branco abandonado, as visões avoengas da casa-grande, plantada no meio do mundo vegetal e resistindo na perpetuação dos invernos e das esperanças. Todos os poemas nasceram do chão sagrado, com chuva do céu e suor dos rostos vigilantes, surgidos