Tony Silva


Por Pedro Fernandes



1. A primeira vez que vi Tony Silva em cena foi num espetáculo que a cidade de Mossoró anualmente promove nos meses de junho aos moradores e visitantes, o Chuva de bala no país de Mossoró, que conta a história da resistência dos mossoroenses aos cangaceiros de Lampião. O texto original é do professor e escritor Tarcísio Gurgel.

2. Desde então estabeleci uma relação de admiração pelo trabalho da atriz. Encontrei-a noutros trabalhos, como Auto da liberdade, outro espetáculo também encenado ao ar livre e livre para o público de Mossoró, também anualmente, assinalando algumas das datas históricas, com a libertação dos escravos. A cidade foi uma das primeiras a cumprir esse gesto.

3. Depois, em outro trabalho a vi ainda mais brilhante: uma adaptação da tragédia grega Medéia.

4. Numa entrevista com a atriz para o jornal Gazeta do Oeste encontro algum registro da sua vivência no teatro e como que este passou a fazer parte de sua biografia. Segundo Tony Silva durante a infância não teve contato algum com o teatro, "Vivi todas as épocas, brincando no meio da rua, de brincar de lama, e nunca tive nada com o teatro"; reforçando o caráter de que o talento de todo e qualquer grande artista advém de outra dimensão que não apenas a do dinheiro.

5. O talento parece ser algo nato que se consolida através das oportunidades. Tony Silva, na mesma entrevista, discorre que os contatos primeiros que fez com a matéria do teatro foi apenas quando no curso de técnica agrícola, no então colégio Eliseu Viana, a convite de Aécio Cândido e Crispiniano Neto. Era o seu primeiro espetáculo, Circo, alegria do povo, que contava a história na reforma agrária no Brasil.

6. Tony Silva é sensível ao falar da profissão, "Passei dez anos para que eu pudesse dizer que era atriz." A este grande nome do teatro no Rio Grande do Norte deixo registrada minha admiração.


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