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Mostrando postagens de março 31, 2014

O mundo desnudo de um poeta - Octávio Paz

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Por Juan Cruz Abro alguns livros de Paz. São sua maneira de manifestar-se no mundo. Olhos azuis, camisas azuis, as mãos tranquilas passando as páginas como quem vira ondas. O mundo dos livros sabe mais; ele entrava como o feitor mexicano de palavras que eram mundos. O mundo de Paz, perfeito e nu. Apetite de Paz. Saio com calma. E com uma certeza: seu estilo era a inteligência do estilo. Libertad bajo palabra . Aspirava a Deus, a sê-lo. “Invento à véspera, a noite, o dia seguinte que se levanta em seu leito de pedra e recorre com olhos limpos um mundo penosamente sonhado”. Inventava a queimadura e o grito, “a masturbação nas latrinas”; o risco surrealista que compartilhou até aqui combinado com a inteligência; para fazer poesia se necessita intuição e raiva, imagem. “Fecha os olhos e perde-te na escuridão/ sob a folha de tuas pálpebras”. Isto é, por sua vez, palavra e arquitetura, o som da escultura que Paz vai despertando e que habita no interior das palavras. “Afunda ne