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Mostrando postagens de 2015

Os 10+ de 2015

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Por Pedro Fernandes A lista deste ano deveria responder por um tom diferente das listas dos anos anteriores; todos aqueles que acompanham o Letras sabem que não estou há algum tempo mais sozinho na empreitada de alimentar esse monstro que entra ano e sai ano está maior (e espero, melhor). Daí, seriam só livros e não filmes. Mas, por motivo indeterminado, as consultas que fiz não surtiram efeito. Quem sabe em 2016? Depois disso, gostaria, para não tomar mais o tempo do leitor, de dizer apenas os motivos que resultaram nesses títulos; há autores dos quais li mais de uma obra (é o caso de António Lobo Antunes, Gonçalo M. Tavares, José Luís Peixoto, entre outros) e mesmo tendo publicado notas sobre quase todos, tratei de destacar apenas um e poderia muito bem recomendar mais de um e indiretamente poderá ser citado, forjando assim uma lista além da lista. Há leituras sobre as quais não redigi notas para o Letras e mesmo assim gostava de colocar em destaque e alguns li muito

As aulas de literatura do mestre Julio Cortázar

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No prólogo para essas Aulas de Literatura , o organizador da edição, Carles Álvarez, sublinha que foram estes “os últimos dias felizes do autor”. As aulas aconteceram entre as quintas-feiras de outubro e novembro com média de duas horas cada; os textos foram compilados a partir de 15 fitas que em 1995 lhe entregou Aurora Bernárdez, primeira companheira e herdeira de Cortázar. Carles desconhece como esses áudios chegaram às mãos dela mas imagina que foram gravações de um aluno que devem ter passado de mão em mão como é comum aos produtos piratas. Delas, ouvem-se um Cortázar tranquilo e relaxado em seu último ano feliz, “pois pouco depois sua companheira de então, Carol Dunlop, adoeceu e ele também. Ela morreu em 1982 e ele dois anos depois”. ** Por Gérman Gautier   “Quero dizer que lhes agradeço profundamente a fidelidade e a atenção com que seguiram isto que não era um curso, que era algo mais, creio eu: um diálogo, um contato”. Quarenta e três anos depois e toda uma v

A máquina de escrever de Juan Rulfo

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Por Pablo de Llano   Recibo de compra e máquina de escrever com a qual Juan Rulfo escreveu Pedro Páramo A máquina em que Juan Rulfo escreveu Pedro Páramo , o romance mexicano mais elogiado do século XX, é a mesma que o Exército dos Estados Unidos usou durante a Segunda Guerra Mundial: uma Remington Rand n.17, também conhecida como Modelo 17 ou KMC . Fabricada de 1939 a 1950. Preta, de ferro, 14,7Kg. Um artefato de fábrica do qual saiu uma obra-mestra que se preserva, sem tinta mas em boas condições, na casa de Clara Angelina Aparicio Reyes, companheira de Rulfo. Seu companheiro a comprou no dia 10 de novembro de 1953, na loja da Remington Rand, no n.30 da Avenida Insurgentes da Cidade do México. Hoje, nesse lugar, é um edifício abandonado de quatro andares, marcado de cima abaixo por grafites. Rulfo, que tinha 36 anos e dois filhos pequenos com Clara, pagou 1.000 pesos mexicanos pela máquina, um terço do que ganhava como bolsista do Centro Mexicano de Escritores

Boletim Letras 360º #146

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Mario Vargas Llosa: o novo e segundo autor latino-americano da prestigiada coleção Plêiade. Mais detalhes ao longo deste boletim. Uma ou outra postagem durante a semana no blog. Mas, em plena atividade (quer dizer, quase em plena atividade) nas redes sociais. É o nosso recesso de fim e início de ano. E tem, no Facebook, além das notícias da semana uma retrospectiva, cf. dissemos, com todo o conteúdo mais visto (e o que gostaríamos que tivesse sido o mais visto) do ano. Seguimos! Segunda-feira, 21/12 >>> Brasil: Os preparativos para o ano de Ana Cristina Cesar A escolha do nome da poeta como homenageada da Festa Literária Internacional de Paraty em 2016 tem rendido boas surpresas: uma delas é que o Caderno-revista 7faces anunciou que dedicará a edição do segundo semestre à obra da poeta. Outra, a revelação de dois áudios inéditos de Ana do arquivo de Heloísa Buarque de Hollanda. Amiga íntima da autora de A teus pés , HBH trabalha também na criação de apli

Não neva na Califórnia, Bandini: breves notas sobre “Espere a primavera, Bandini”, de John Fante

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Por Salvador J. Tamayo Não faz muito tempo que li um artigo assinado por Juan Villoro sobre Roberto Bolaño onde falava da maneira como o chileno havia se convertido em lenda aos olhos do mundo. Sem dúvida é o melhor texto que já li sobre o escritor. Villoro fala do amigo, do outsider , do maldito finalmente venerado pelo stablishment e sobretudo do escritor; da maneira como sacrificou a vida pelo romance e o que é mais importante, do óbvio da vida no romance. Cabe incidir sobre este último ponto relacionado a John Fante e a Arturo Bandini. Sobre a vida de John Fante, Juan Pérez Mercado escreveu um artigo bastante coerente, cuja leitura é recomendável para os que queiram abordar a literatura do escritor estadunidense. Espere a primavera, Bandini , publicada em 1938, é uma das obras protagonizadas por Arturo Bandini; as outras são Pergunte ao pó , O caminho de Los Angeles e Sonhos de Bunker Hill . Para conhecer realmente um país há que conhecer sua his

Boletim Letras 360º #145

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Cervantes e o universo literário do Dom Quixote  para nomear um sistema exossolar. Mais detalhes sobre esta notícia ao longo deste boletim.  O recesso do Letras in.verso e re.verso começa neste final de semana! Até meados de janeiro as postagens deixarão de ser diárias aqui no blog. Mas as redes sociais estarão ativas: Facebook, Twitter, Google+, Instagram, Tumblr (veja no fim desta postagem). No Facebook, p.ex., iremos fazer a retrospectiva de 2015 com as matérias mais acessadas do ano; anunciaremos algumas ideias q preparamos para ampliar nossas relações com os livros em 2016 e faremos promoções com distribuição de livros! Por enquanto, nossa equipe trabalha na confecção da Lista dos Melhores livros de 2015, que irá online no último dia do ano. Abaixo as notícias que fizeram a semana do blog em nossa página no Facebook. Segunda-feira, 14/12 >>> Estados Unidos: Uma edição fac-similar de um dos livros mais enigmáticos na história dos livros 234 páginas de

Notas sobre Homem irracional, de Woody Allen

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Por Rafael Kafka Homem irracional , o último longa-metragem produzido por Woody Allen, é um filme com algumas recorrências de outras produções do consagrado diretor. A temática ligada ao diálogo com a obra Crime e castigo , de Dostoiévski, o existencialismo, o absurdo, os casos amorosos com envolvimentos complexos e mesmo o comportamento do personagem central, o qual lembra demais o de personagens célebres encenados pelo próprio Woody Allen em filmes anteriores são temas que já vimos em outros momentos. Ao contrário de uma amiga minha, com quem vi o filme, que viu nele algo pouco convincente e um Allen já desgastado no tocante às ideias de um bom texto, vejo uma bela história em Homem irracional complementado com diálogos e atuações interessantes e medianos e uma fotografia muito bela. Ao lado de tudo isso, há uma certa metalinguagem que mostra um autor criticando a si mesmo pela falta de ideias. A história gira em todo da personalidade conturbada de Abe Lucas (Joaq