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Palavras cansadas da gramática, de Yao Feng (Parte II)

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Por Pedro Belo Clara O segundo volume da obra que temos vindo a discutir encerra um carácter, a nível temático, que se adivinha como “antologia de viagens”, na medida em que muitos poemas se debruçam sobre terras estrangeiras ou registam episódios das ditas deambulações, salpicados de fragmentos meditativos ou de índole contemplativa. É o caso, por exemplo, dos poemas "Amsterdan" («A reputada cidade do sexo»), "Passagem pelo Planalto Central" («O milho (…) // ri para mim / com a boca aberta / dentes todos amarelos / mas não de ouro») e "Viagem", que pela própria epígrafe não poderia ser mais explícito («Todos os dias o pôr do Sol é um aborto / e o relógio tem em si a suficiência do tempo»). Sublinhemos, contudo, como o habitual carácter reflexivo de certos poemas, ou das imagens evocadas / registadas pelos mesmos, abrange com maior frequência a natural passagem do tempo, em parte fomentadora da ruína do Homem. Já antes, no primeiro volume, s