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Mostrando postagens de agosto 18, 2015

Teus pés toco na sombra, de Pablo Neruda

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Pablo Neruda sai da tumba Por Manuel Vilas A publicação do livro Teus pés toco na sombra e outros poemas inéditos , de Pablo Neruda, levam-me a reflexões que espero sejam do século XXI e não do século XX. A primeira que ninguém atenta é que Neruda é uma marca. O segundo é que uma marca não pode deixar de produzir pelo fato de que o fundador da empresa está morto. O terceiro é que a ideia de “obra inédita não publicada em vida do autor” tem que ser reformulada. Na verdade, Pablo Neruda, assim como Cervantes, Shakespeare ou Dante, é inédito e seguirá sendo inédito para a maioria das pessoas. Poderia reeditar-se Residência na terra sob as mesmas premissas: aparece um livro inédito de Pablo Neruda intitulado Residência na terra , magnífico título, e para noventa por cento dos quinhentos milhões de falantes do espanhol seria uma notícia aceitável. A doença do livro inédito pertence aos fetichismos da alta cultura, mas são irrelevantes para o leitor popular. O que não é