Boletim Letras 360º #188

Para que ninguém acuse Dylan de não ser escritor :) O artista ante a máquina de escrever.


Esperamos uma semana a mais para sabermos qual o nome do ganhador do Prêmio Nobel de Literatura 2016 e aí está: Bob Dylan. A escolha tem sido motivo de discussão diversa na web. Não entraremos em debate - por enquanto. Esperemos os ânimos ganharem alguma calma. Fora isso, novamente chamamos atenção dos nossos leitores para participar da promoção que está online em nosso Facebook - o lugar de onde recolhemos essas notícias que agora dão forma a mais uma edição deste Boletim. 

Segunda-feira, 10/10     

>>> Brasil: A leitura como terapia

Lido no momento certo, um livro pode mudar sua vida. É o que acreditam Ella Berthoud e Susan Elderkin, autoras de Farmácia literária, livro que chega ao Brasil pela Verus Editora. Trata-se de um catálogo com mais de 400 indicações de títulos para curar males diversos: da depressão a coração partido. Para criar esta obra, as autoras viajaram por dois mil anos de literatura, selecionando livros que promovem felicidade, inspiração e sanidade, escritos por mentes brilhantes que nos mostram o que é ser humano e nos permitem identificação ou até mesmo catarse. A biblioterapia não discrimina entre as dores do corpo e as da mente (ou do coração). Está convencido de que tem sido covarde? Leia O sol é para todos e receba uma injeção de coragem. Vem experimentando um súbito medo da morte? Mergulhe em Cem anos de solidão para ter uma nova perspectiva da vida como um ciclo maior. Ansioso porque vai dar um jantar na sua casa? Suíte em quatro movimentos, de Ali Smith, vai convencê-lo de que a sua noite nunca poderá dar tão errado.

>>> Brasil: Beatriz Bracher ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura de melhor romance do ano de 2016

Anatomia do paraíso (Editora 34), o romance premiado, conta a história de um jovem estudante de classe média que escreve uma dissertação de mestrado sobre o poema épico Paraíso perdido, de John Milton, e seu envolvimento com as vizinhas. Beatriz Bracher estreou na literatura com Azul e dura (2002, 7Letras); ganhou projeção com seu terceiro livro, “Antonio” (2007, Editora 34), que ficou em terceiro lugar no Prêmio Jabuti e em segundo lugar no Prêmio Portugal Telecom e foi finalista do Prêmio SP de Literatura. Meu amor (2009, Editora 34) recebeu o Prêmio Clarice Lispector, da Fundação Biblioteca Nacional, de melhor livro de contos de 2009. Entre os estreantes, Marcelo Maluf venceu na categoria reservada a autores com mais de 40 anos, com A imensidão íntima dos carneiros (Reformatório), e Rafael Gallo na de escritores com menos de 40, com Rebentar (Record). É a primeira vez, desde a criação do concurso, em 2008, que autores paulistas ganham em todas as categorias.

Terça-feira, 11/10

>>>  Inglaterra: A peso de ouro, uma caneta para marcar os 400 anos de morte de William Shakespeare

Sem deixar a efeméride passar em branco, a Montblanc lançou uma nova caneta em homenagem ao bardo inglês. O design octogonal inspirado no The Globe, teatro de Londres que pertencia ao escritor, anel e clipe que retratam o brinco dourado que Shakespeare usa no seu retrato mais conhecido, o retrato de Chandos e corpo multicolorido ornamentado com requintados padrões de guilhoché e coberto com um verniz precioso, enquanto a tampa é de verniz preto puro. Batizada de “Writers Edition William Shakespeare 1597″, ela limita-se, como o próprio nome indica, a somente 1.597 canetas-tinteiro no mundo todo. O número limitado gravado na tampa é prova da exclusividade de cada peça. A preciosidade sai por aproximadamente 12 mil reais.

Quarta-feira, 12/10

>>> Brasil: Edição em capa dura para Águas de Primavera, de Ivan Turguêniev

A obra integra a coleção de russos editada pela Amarilys que já dispõe de outros títulos como Contos escolhidos, de Ivan Búnin, Os cossacos, de Liev Tolstói ou O duelo, de Anton Tchékhov. Em Águas de Primavera, o protagonista, um aristocrata de meia-idade solitário e melancólico, recorda certo acontecimento da juventude que marcou definitivamente a sua vida. Após observar velhas cartas e algumas flores secas que restaram de amores dos quais fugiu covardemente, esbarra em uma cruz de granada que o faz relembrar outra história semelhante, mas com consequências mais trágicas para si. A narrativa se passa na Alemanha e aproxima o jovem aristocrata russo, Sánin, de uma família italiana radicada em Frankfurt, cujo personagem Pantaleone, um ex-cantor de ópera, velho, aposentado e que vê nos alemães apenas comerciantes ignorantes, guarda uma comicidade excepcional.

>>> Portugal: Já está online o Dicionário de personagens da ficção portuguesa

Falamos sobre o projeto por aqui há alguns meses; voltamos ao tema porque agora já está aberto para consulta dos leitores e pesquisadores. Os interessados pela ficção portuguesa - o romance, a novela e o conto - ficam agora abastecidos com esse trabalho de fôlego comandado pelo professor da Universidade de Coimbra, Carlos Reis. O projeto é parte do projeto Figuras de ficção, também coordenado pelo professor. Lê-se que todo o trabalho está ainda em progresso porque ambiciona percorrer outros territórios das literatura de língua portuguesa. Por enquanto, aqui, estão hospedadas 30 entradas e o interesse é alcançar até 200 nomes.

Quinta-feira,13/10

>>> Itália: Morreu Dario Fo

O ator, dramaturgo, encenador e ativista italiano morreu em Milão. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1997 “porque, seguindo a tradição dos bobos medievais, ele zomba do poder restituindo a dignidade aos oprimidos". O fato causou forte indignação em seu país: os religiosos da Igreja Católica, em especial, não perdoavam a abordagem satírica desse ateu confesso. Filho de um chefe de estação ferroviária e de uma camponesa, Fo nasceu a 24 de março de 1926 em Varese. A família mudou-se várias vezes enquanto ele crescia, e chegou a viver em Porto Valtravaglia, no Norte de Itália, onde havia uma colônia de sopradores de vidro, muitos dos quais morriam ou enlouqueciam prematuramente. A variedade de loucos existentes na cidade tê-lo-á marcado para sempre, e à sua obra. Durante a guerra, Fo inscreveu-se no exército fascista. Explicou mais tarde que o fez para disfarçar o fato de a sua família colaborar com a resistência. Ele o pai salvaram refugiados, soldados aliados e cientistas, disfarçando-os de camponeses e ajudando-os a passar para a Suíça. Depois da guerra, Fo retomou os seus estudos na Academia de Brera, em Milão, e estudou arquitetura. Mas teve um colapso nervoso e não concluiu o curso. Em vez disso, dedicou-se à pintura e ao teatro, começando a apresentar monólogos no estilo improvisado a que mais tarde ficaria associado. Ao longo das décadas seguintes, trabalhou em cinema e em programas televisivos, bem como em companhias teatrais por ele criadas. (Via: Expresso)

>>> O ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2016 é Bob Dylan "por haver criado uma nova expressão poética dentro da grande tradição americana da canção".

>>> Brasil: Ouça a canção do vento & Pinball 1973, inédito de Haruki Murakami no Brasil ganha edição

Em 1978, um jovem o escritor japonês se instala na mesa da cozinha para começar a escrever. Como resultado temos duas novelas brilhantes que marcam o início da carreira de um dos mais cultuados autores contemporâneos. Duas histórias poderosas, e levemente surreais, que tratam de amadurecimento, solidão e erotismo, no melhor estilo Murakami. Algumas das personagens que conhecemos nessa obra irão reaparecer em Caçando carneiros e Dance, dance, dance, formando uma espécie de trilogia inicial do autor — e esse conjunto, em vez de mostrar um escritor procurando sua voz, já mostra um autor maduro e seguro de seus temas. O livro sai em novembro pela Alfaguara Brasil.

Sexta-feira, 14/10

>>> Argentina: Inéditos de Alejandra Pizarnik ganham edição

Em 2001 veio a lume um extenso trabalho de Ana Becciú de organização da poesia completa de Alejandra Pizarnik; agora, uma nova edição da obra é publicada na Argentina com uma série de diversos poemas inéditos. E sua não para de crescer. Há pouco tempo o pesquisador Patricio Lennard encontrou no arquivo da poeta - em posse da Universidade de Princeton - um conjunto de poemas Pizarnik escreveu originalmente em francês. Em breve, essa edição será publicada com o título de Poemas franceses.

>>> Brasil: O fim do homem soviético, o terceiro título de Svetlana Aleksiévitch chega às livrarias brasileiras

O povo russo assistiu com espanto à queda do Império Soviético. A política de abertura do governo Gorbatchóv impôs uma mudança drástica da estrutura social, do cotidiano e, sobretudo, da direção ideológica da população. O livro Svetlana Aleksiévitch examina a vida das pessoas afetadas por essa transformação. Em cada personagem está um pouco da história russa — a mãe cuja filha morreu em um atentado; a antiga funcionária do Partido Comunista que coleciona carteiras abandonadas de ex-filiados; o velho militante que passou dez anos em um campo de trabalhos forçados. O livro traz um painel fantástico de russos de todas as idades que se movem entre a possibilidade de uma vida diferente e a derrocada da sociedade que conhecem.

Brasil: A Editora da Universidade de Brasília lançou em agosto último A poesia hermética de Paul Celan, de Flávio R. Kothe

O livro, de 515 páginas, traz uma seleção de poemas, um ensaio, além de cronologia biográfica e apresentação da obra. A edição é bilíngue e os poemas são acompanhados de comentários do tradutor. Esta é a terceira tradução de poemas de Celan feita por Kothe que é editada no Brasil. Claudia Cavalcanti também traduziu alguns de seus poemas na antologia Cristal (Iluminuras, 1999).

Sábado

>>> Brasil: Morreu o escritor Antonio Carlos Viana


Viana nasceu em Aracaju, Sergipe; concluiu mestrado em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e depois doutorado em Literatura Comparada pela Universidade de Nice, França. Professor, tradutor e escritor. Autor de, entre outros, Brincar de manja (Cátedra, 1974), Em pleno castigo (São Paulo, Hucitec, 1981), O meio do mundo (Libra & Libra, 1993); Aberto está o inferno (Companhia das Letras, 2004), Cine privê (Companhia das Letras, 2009, livro que recebeu o prêmio APCA 2009), e Jeito de matar lagartas (Companhia das Letras, 2015)

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