Boletim Letras 360º #215

As notícias que circularam durante a semana em nossa página do Facebook. E ainda estão abertas as inscrições para participar da promoção que sorteia um exemplar do livro Da poesia, Hilda Hilst, edição que reúne toda a obra poética da escritora e inéditos. 

Lygia Fagundes Telles e Jorge Amado. Um novo documentário sobre a escritora nos seus 94 anos.

Segunda-feira, 17/04

>>> Brasil: Desconhecida no Brasil, não mais

Scholastique Mukasonga é uma escritora tutsi de Ruanda nascida em 1956 e residente na Normandia, França. Foi sobrevivente dos massacres no Ruanda ocorridos na década de 1990. Autora de uma obra que inclui romances, poesias e contos, seu nome foi anunciado como participante na Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP). Até então desconhecida no Brasil, a obra de Scholastique ganha tradução de dois títulos, a sair pela Editora Nós: os romances Nossa Senhora do Nilo, que surpreendeu ao vencer o prestigiado Prêmio Renaudot, em 2012, e A mulher de pés descalços (2008), em que homenageia a sua mãe, morta no genocídio.

>>> Brasil: Muitos russos a caminho. A coleção Narrativas da Revolução começa a ser publicada em outubro.

O anúncio da Editora 34 foi logo quando saíram as perspectivas de lançamentos de obras do contexto da Revolução Russa de 1917 que chega aos 100 anos agora em 2017. Sob coordenação de Bruno Gomide os cinco títulos foram apresentados: O ano nu, de Borís Pilniak (com tradução de Lucas Simone); O diário de Kóstia Riábtsev, de Nikolai Ognióv (trad. de Lucas Simone); Viagem sentimental, de Viktor Chklóvsk (trad. de Cecília Rosas); Nós, de Evguéni Zamiátin (trad. de Francisco de Araújo); e Inveja, de Iúri Oliécha (trad. de Boris Schnaiderman). São obras, informa o Estadão, que tiveram repercussão de crítica e público na URSS e no Ocidente, e dialogam com a tradição da literatura russa do século 19 e com vertentes experimentais do Modernismo, de acordo com a editora. Os livros saem com aparatos críticos.

Terça-feira, 18/04

>>> Brasil: Na semana em que Lygia Fagundes Telles completa 94 anos, a TV Cultura estreia o documentário Lygia, uma escritora brasileira

Dirigido por Helio Goldsztejn, com depoimentos de personagens que pontuaram a história da escritora e utilizando o vasto material de acervo da emissora, o filme leva ao telespectador características pouco conhecidas da autora, além de evidenciar a contemporaneidade de sua obra. Para desenhar a trajetória de Lygia, o documentário parte da seguinte premissa: o que faz com que uma escritora com mais de oitenta anos de atividade literária ainda seja contemporânea? Como suas obras estabelecem um diálogo com jovens gerações de blogueiros e ativistas ao mesmo tempo em que mergulham em uma São Paulo que já não existe mais? Estes são alguns dos conceitos que embasam o filme.Para compor a narrativa, amigos e familiares dão seus depoimentos sobre a escritora. A atriz Guta Ruiz recita alguns textos da autora ao longo do documentário. A atração foi ao ar na sexta, dia 21, às 22h30.

>>> Brasil: Tal como tem sido feito com a obra de Mia Couto desde a publicação de Mulheres de cinzas, a Companhia das Letras prepara reedição da obra de Chimamanda Ngozi Adichie

Vários títulos da escritora nigeriana reconhecida como uma das mais importantes jovens autoras anglófonas têm obtido amplo sucesso entre os leitores brasileiros. Até agora foram anunciadas as reedições de Hibisco roxo e Meio sol amarelo que ganham revisão e novos projetos gráficos. O primeiro é um romance que mistura autobiografia e ficção e traça, de forma sensível e surpreendente, um panorama social, político e religioso da Nigéria atual; o outro título, vencedor do National Book Critics Circle Award e do Orange Prize de ficção 2007, revela o horror da guerra de Biafra.

Quarta-feira, 19/04

>>> Alemanha: Stefan Zweig – Adeus, Europa, um filme que reconta a biografia do escritor

O austríaco (1888-1942) foi o cronista superior da lenta decadência da Mitteleuropa na transição do século XIX para o século XX. O filme faz uma radiografia minuciosa de um mundo que acabava através da história de um homem que manteve intacta, até ao fim, a sua dignidade moral e o seu humanismo rigoroso. Dirigido por Jan Schomburg, o projeto levou cinco anos para ganhar forma. Em fuga das cinebiografias comuns Stefan Zweig está estruturado como uma novela (gênero muito praticado pelo escritor), com prólogo, quatro capítulos e um epílogo, fazendo corresponder a cada capítulo um local e uma data específicos: a visita de Zweig ao Congresso PEN de Buenos Aires em 1937; a sua primeira viagem ao Recife em 1941; uma passagem por Nova York em 1941, no pico da fuga dos judeus da Europa onde visita a ex-mulher e os filhos; a sua instalação definitiva com a segunda mulher, Lotte, em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 1941, onde se suicidaria no ano seguinte.

>>> Brasil: Dois novos títulos de Philip Roth para a coleção de bolso da Companhia das Letras

E um deles é a nova tradução de Operação Shylock. O outro é Indignação. O primeiro é um dos títulos mais surpreendentes do autor estadunidense. Em 1988, Philip Roth descobriu que tinha um sósia em Israel. Esse homem havia se apropriado de seu nome, de sua biografia, e se julgava imbuído da missão de levar de volta à Europa os judeus israelenses. O caso serviu de base para um romance de feitura irrepetível na obra de Roth. Em "Indignação", o escritor recorre ao romance de formação e constrói a história de Marcus Messner, jovem estadunidense que descobre a força de seu caráter para lidar com a vida adulta, ao mesmo tempo em que vê assomar a própria vulnerabilidade num país ameaçado pela guerra.

Quinta-feira, 20/04

>>> Brasil: Novos títulos para a coleção A arte da novela, entre eles, Robert Louis Stevenson

Em grande parte, textos há muito fora de circulação no Brasil; em parte, textos que nunca foram publicados no Brasil porque considerados “um menor” na obra de certo escritor mas tida pelos organizações da coleção como uma maneira de entrar numa obra ou conhecer outros exercícios literários desse autor. Assim tem funcionado as publicações da coleção A arte da novela que ganha, agora novos títulos. Na primeira e segunda remessa (o leitor mais atento deve lembrar quando comentamos por aqui) foram títulos de Herman Melville, Cervantes, Flaubert, Joseph Conrad, Balzac, Gogol, Edith Wharton, Rudyard Kipling, Mark Twain, José de Alencar, entre outros Agora chegam Na ilha de Falesá, de Robert Louis Stevenson, O Horlá, de Guy de Maupassant, O véu erguido,de George Eliot, Stempenyu: um romance judaico, de Sholem Aleichem e Michael Kohlaas, de Heirinch Von Kleist. A coleção é publicada pela Editora Grua Livros.

>>> Brasil: Há muito publicado fora do país, O assobiador, de Ondjaki, ganha edição por aqui

É uma novela que narra a história de uma pacata aldeia que tem sua rotina alterada com a chegada de um misterioso forasteiro, cujo assobio provoca reações "epifânicas" em quase todos os moradores. A atmosfera luminosa e ampla da aldeia contribui para a essência fantástica da obra. O Assobiador, personagem principal, envolve a todos os moradores com seu assobio. O tom do assobio mexe com as pessoas (e também com os animais), desperta sentimentos, desejos, ansiedades, coragens, e faz as coisas acontecerem neste aglomerado de personagens esquisitos, que constituem “a aldeia” desta novela: o padre, dono da igreja e sempre apto a tomar um gole, KoTimbalo, o coveiro desempregado há anos, Dissoxi, a dona do sal, e KaLua, que anda sempre equipado de papel higiênico, porque gostava de fazer as suas necessidades” ao ar livre. A edição é da Pallas Editora, responsável por outros títulos do escritor no Brasil.

Sexta-feira, 21/04

>>> Portugal: Mais uma edição para os leitores mais apaixonados pela obra de José Saramago

Depois de publicar uma edição de luxo de Memorial do Convento no final de 2016, a casa editorial portuguesa Guerra e Paz Editores traz um segundo título do Prêmio Nobel de Literatura: Ensaio sobre a cegueira. Esta é uma edição única e irrepetível que nasce da amizade do editor José da Cruz Santos com José Saramago, que o juntou a Vasco Graça Moura e Rogério Ribeiro. A edição com tiragem de apenas 500 exemplares, em capa dura e lombada de tecido assim está organizada: o poeta Graça Moura é o autor de um prefácio inédito para a obra e Rogério Ribeiro o autor de dez ilustrações que reconstroem passagens simbólicas do romance.

>>> Brasil: Dois novos títulos de Elena Ferrante ganham edição. Um deles, é o último livro da série napolitana

Em História da menina perdida, Lenu já é uma escritora reconhecida e procura escapar ao ambiente do bairro onde cresceu e a sua família continua a viver. Apesar de evitar encontrar Lila, não consegue manter-se distante. As duas engravidam ao mesmo tempo e recuperam a cumplicidade do passado. Prometido para março, o livro sai pela Biblioteca Azul no final do mês de abril. Outro título que será publicado - mas só no segundo semestre é La frantumaglia e sai pela Editora Intrínseca, editora que já colocou outros três títulos da escritora italiana no Brasil. Esta é a primeira obra de não-ficção de Ferrante, reunindo ensaios, reflexões, entrevistas e outros textos.

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