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Dostoiévski, um romântico desgarrado entre a revolução e Deus

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Por Rafael Conte A figura de Fiódor Dostoiévski tem chegado para nós repleta de equívocos em parte devido sua esmagadora celebridade. Considerado durante muito tempo como um dos titãs do romance universal, ao lado dos maiores, sua obra tem produzido toneladas de exegeses e interpretações, nem sempre desprovidas dos ataques tão apaixonados como se ditirambos e em sua maior parte tão injustificadas que o único valor, muitas vezes, é só empecilho para seu verdadeiro conhecimento. Contra isso só existe uma solução: lê-lo, relê-lo deixando de lado todo prejuízo causado por essas leituras transversais, todo apriorismo, toda impressão superficial, própria ou alheia. A revolução soviética condenou Dostoiévski ao limbo e ao esquecimento, pois o revolucionário juvenil que até foi condenado à morte e sofreu o exílio e os trabalhos forçados na Sibéria, abominou, na sua velhice os pecados juvenis e transformou sua obra numa criação mística. A crítica progressista para salvá-lo – e pa